sábado, 7 de setembro de 2013

Preservem as Orquídeas!

Não há quem não apaixone-se pelo exotismo e a beleza de uma flor de Orquídea. De todas as espécies de plantas, as Orquídeas são provavelmente as que possuem maior variação do espectro floral. A diversidade de cores e formatos são uma estratégia para atrair os agentes polinizadores (abelhas, moscas, pássaros, borboletas,besouros, mariposas, beija-flores, morcegos), que no caso, são específicos para cada tipo de flor. A paixão do homem pela Orquídeas é antiga, porém com a descoberta de espécies tropicais como a Cattleya labiata, nativa das regiões serranas do nordeste, deu ímpeto a busca por exemplares mais exóticos. Hoje na maioria das grandes cidades já existem associações de orquidófilos, que se reúnem com certa periodicidade, e muitas espécies estão a venda inclusive em supermercados. Infelizmente a coleta de plantas da natureza ainda é praticada e coloca em risco o delicado ecossistema no qual vivem, além de se tratar de uma prática criminosa, quando na natureza as Orquídeas não oferecem tanta qualidade estética e esta infestada de fungos, liquém e até bactérias, representando uma verdadeira ameaça para o orquidário todo, correndo o fisco do exemplar morrer por não encontrar as mesmas condições que o protegiam na natureza.

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Orquídea em seu ambiente natural - Serra de Aratanha



Ao contrário das plantas das plantas de orquídarios que são cultivadas apartir de criteriosa seleção e cruzamentos, são orquídea belissimas e facilmente encontradas para a compra, tendo inclusive muitas das espécies mais raras e exóticas.

Cattleya labiata, espécie encontrada nas regiões serradas do Ceará

Como diferenciar

Em publicação recentemente lançada pelo IBAMA (tradução de Pictorial Guide – Differentiation of wild collected and artificially propagation of orchids), são repertoriados vários aspectos que permitem diferenciar uma orquídea coletada em meio silvestre daquela reproduzida artificialmente. Seguem-se algumas dessas características:
  • Plantas coletadas: muitas raízes crescendo na mesma direção; muitas raízes mortas e com pedaços de casca de árvore; ponta das raízes frequentemente danificadas; número desequilibrado de folhas e raízes; cápsulas de sementes presas às plantas; as folhas são sujas e geralmente não apresentam aspecto saudável, por causa de líquens e por estarem desidratadas e/ou contaminadas por fungos; muitos pseudobulbos mortos e outros sem as folhas ou danificados.
  • Plantas obtidas por propagação artificial: raízes crescendo de acordo com o formato do vaso; resíduos do material de propagação; quantidade equilibrada de folhas e raízes; ausência de bainhas secas; folhas e raízes saudáveis; plantas com formato e tamanho uniformes; flores com cores vivas. 
 (Fonte:Site Associação cearense de orquidófilos) 



Diante de comentários alarmistas, por vezes alguns orquidófilos se perguntam sobre se há problemas em transportar (e mesmo em possuir) orquídeas adquiridas legalmente. A engenheira florestal Lou Menezes, chefe do Orquidário Nacional do IBAMA, esclarece algumas dúvidas sobre atividades concernentes aos orquidófilos e suas coleções:
  1. O Ibama exige o registro somente dos comerciantes de orquídeas, os quais são obrigados a apresentar um cronograma de reprodução das plantas. Tal cronograma é periodicamente controlado através do levantamento das plantas – suas espécies e variedades.
  2. Os orquidófilos, além de não serem obrigados ao registro no IBAMA, são senhores de suas coleções, podendo ou não realizar reproduções das plantas, mas nunca sendo considerados produtores legalizados.
  3. As plantas das coleções dos orquidófilos, devidamente tratadas em cultivo, não podem ser confiscadas por parte de autoridades competentes, pelo simples fato de serem orquídeas.
  4. As plantas poderão ser confiscadas, caso seja caracterizada a coleta de plantas retiradas das matas e/ou pelo comércio ilegal das mesmas.
 (Fonte:Site Associação cearense de orquidófilos) 


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Pico do Rajada

É na Serra de Maranguape que encontra-se o Pico do Rajada, com quase 1000 metros de altitude, sendo o ponto mais alto da região metropolitana. Situado sob as coordenadas: 3°53'44,2"S e 38°43'20,8"W, recebe este nome pelas fortes rajadas de vento que se percebe no local.
No mapa de 1649, feito por Roberto Caar, este ponto de Serra de Maranguape, já era indicado como o Monte Marangoab.¹
Em minha última visita à Pedra do Rajada





Existem duas trilhas principais para se alcançar a Pedra da Rajada, a partir de Maranguape (A trilha Gavião e a trilha Pirapora). Uma delas parte do bairro da Guabiraba. (Dividida em quatro trechos: o primeiro, de 4 km é uma estrada de calçamento com alguns resquícios de asfalto, propicia a subida com um bom veículo. Nesta trilha podemos encontrar o antigo cruzeiro da Serra de Maranguape. 
Construído em 1944, ainda se encontra bem conservado, servindo de ponto de encontro para orações.
O segundo trecho da trilha é um caminho de 1km, onde somente é possível seguir a pé ou em montaria. Aqui inicia-se a aventura propriamente dita. Um caminho sinuoso e muitas vezes enlameado espera os desavisados. É muito importante estar fisicamente apto para enfrentar este desafio de médio impacto. É altamente recomendado que os aventureiros estejam bem calçados e possuam um bom estoque de alimentos saudáveis e energéticos. Esta segunda etapa termina quando alcançamos a Linha da Serra (ponto onde dividem-se as escostas a barlavento e a sotavento). Na sequência temos mais 2,5km de caminhada que alterna subida e descida. Nesta etapa cruzamos por 4 riachos. A vegetação muda e notamos cada vez menos a influência humana na alteração da paisagem natural. O trecho final possui 500m de extensão, mas é extremamente desafiados. Muita lama e um emaranhado de galhos torna a chegada emocionante. São 4 horas de subida.
A outra possibilidade de acesso à Pedra da Rajada inicia a partir do centro da cidade e atravessa a comunidade de Pirapora ao longo do Rio Maranguapinho. Esta ja é uma Linha de alto impacto. Seu percurso até o topo consome mais de 4 horas. Os percursos Gavião e Maranguapinho possuem um trecho comum já no alto da Serra de Maranguape. Isto ocorre a menos de 200m da chegada ao topo. Podemos considerar então a existência da Trilha Norte (Maranguapinho) e da Trilha Sul (Gavião).

Expedição que desafiou a trilha e alcançou o cume para contemplar a natureza como poucos podem faze-lo.


A temperatura média no topo é de 21°C, com mínimos de 14°C no mês de abril. Embora não exista um consenso científico, sabe-se que a todo o ecossistema da Serra de Maranguape já apresenta algumas alterações, como redução de umidade e consequentemente desgastes em fauna e flora. Restam estudos mais detalhados para identificar se tais "alterações" fazem parte de um ciclo natural ou se são sintomas de degradação por ação do homem.
Uma antiga lenda da cidade cita que enormes correntes impedem que a Pedra da Rajada role pelas encostas da Serra e destrua Maranguape. Esta estória ficou muito viva no imaginário de gerações. Nos tempos atuais, após inúmeras visitações ao lugar e a constatação da não existência de tais correntes, a lenda tem ficado meio esquecida e já não é repassada às crianças.
É uma excelente oportunidade de contemplar a natura e se encantar pelas beleza dessa Serra.

domingo, 25 de agosto de 2013

Serra de Aratanha - Berço do Rio Cocó


A Serra de Aratanha é uma Área de Preservação Ambiental Estadual, criada através do decreto nº 24.954 em 05 de junho de 1998. Encontra-se localizada nos município de Maranguape, Pacatuba, Guaiúba, sendo cortada por dois rios, o Pacatuba e Guaiúba, que se originam de diversas nascentes no alto da Serra e vão desembocar no sistema Pacoti-Riachão-Gavião. Abrange uma área total de 6.448,29 ha.

Possui uma flora muito variada, cuja vegetação até 400 metros é do tipo da Caatinga arbórea. Entre 400 e 600 metros a vegetação é do tipo mata seca. Acima de 600 metros a vegetação é a mata úmida, caracterizando-se pelas árvores, arbustos e trepadeiras próprias das regiões serranas.
A fisionomia da vegetação apresenta árvores de caules retilíneos, espessos, cobertos muitas vezes com liquens, orquídeas, samambaias e bromeliáceas. A fauna é constituída por uma grande variedade de roedores, pássaros, mamíferos, serpentes e insetos. A altitude da serra é de aproximadamente de 653, 7 metros.


Trilhas Ecológicas
As trilhas da Serra da Aratanha são bastante atraentes. Existem vários atrativos naturais: Estação Ecoturística Parque das Andréas, Trilha do Boaçu, Mirante, Pedra Preta, Lago do Boaçu, Gruta do Pimpim, Trilha do CETREF, Cachoeira do Paraíso.


Vista da Pedra do Perigo.