sábado, 11 de outubro de 2014

feijão-bravo do Ceará - Canavalia brasiliensis Mart. ex Benth.

Em julho no Parque Ecológico do Cocó, onde ando quase diariamente, avistei uma linda flor nas muitas trepadeiras que ladeiam as trilhas. Curioso em saber a espécie fotografei para posterior identificação e tratava-se da Canavalia brasiliensis Mart. ex Benth.  Canavalia brasiliensis Mart. ex Benth. é uma trepadeira pertencente a família Fabaceae, cujos indivíduos podem atingir de 0,5m a 5m, dependendo do porte (arbustivo ou arbóreo) da espécie suporte. As raízes são amarelas; as folhas alternadas, trifolioladas; as flores apresentam coloração roxa e as pétalas bastante perfumadas e estão reunidas em inflorescências do tipo paniculada terminal, com escapo floral de coloração verde-arroxeada. É conhecida popularmente na região de estudo como feijão-de-porco, feijão bravo ou feijão bravo do Ceará. A espécie é utilizada como biossensor (Rover Júnior, 1995), no controle de saúvas (Isidro et al., 2001), na medicina (Pereira, 2005). 


Canavalia brasiliensis Mart. ex Benth.  - Foto por Marcelo Carvalho

Fabaceae - Papilionoideae 
Canavalia brasiliensis Mart. ex Benth. 

Biomas de ocorrência: Caatinga, Mata Atlântica, Amazônia

Período de floração: estação chuvosa


Apresenta-se como trepadeira ou, no caso liana, uma trepadeira lenhosa.

Características:

Cálice bilabiado, com lábio superior largo, truncado ou emarginado, e o inferior menor, inteiro ou trifido. Vexilo com apendices infletidos, basais e com calosidades dispostas acima da base. Semente com hilo linear  ou oblongo--- (Barroso 1991)


Canavalia brasiliensis Mart. ex Benth.



As inflorescências são do tipo paniculada, com flores cujos atributos florais estão relacionados à síndrome da melitofilia, tendo como principais visitantes florais são abelhas de grande porte como as mamangavas-de-toco (gênero Xylocopa) e as mamangavas-dechão (gênero Bombus).



Vagens da  Canavalia brasiliensis Mart. ex Benth.



Canavalia brasiliensis é uma trepadeira que apresenta inflorescência paniculada terminal, com escapo floral de coloração verde-arroxeada, medindo de 15,5 a 60,4cm, zigomorfas, pedunculadas,periantadas, diclamídeas, hermafroditas e dispostas de forma alterna e presas às nodosidades da raque da inflorescência. O guia de néctar com coloração branca indica a localização da câmara nectarífera. As flores de C. brasiliensis possuem diversos atributos da morfologia floral que as enquadram na síndrome de melitofilia propostos por Faegri e van der Pijl (1979), tais como: muitas flores por inflorescências, odor intenso e adocicado, coloração roxa, antese diurna e zigomorfia que estão associados à atração dos agentes polinizadores. A concentração de açúcares no néctar (44-60%) é também equivalente à amplitude (30-48%) de outras espécies melitófilas proposto por Proctor et al. (1996). No entanto, Kiill et al. (2000) constatou que o beija-flor Phaethornis sp era um dos polinizadores desta espécie, embora não se enquadrasse no padrão ornitófilo. (Guedes, et all, 2008).


Folhas alternadas e trifoliadas, essa danificada possivelmente pela ação de algum herbívoro




Fontes:

<http://rubens-plantasdobrasil.blogspot.com.br/2011/09/canavalia-brasiliensis-mart-ex-benth.html> Acesso em 11 Out. 2014

Queiroz, L.P.; Snak, C. Canavalia in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB22855>. Acesso em: 11 Out. 2014

Guedes, Roberta Sales; Quirino, Zelma Gleybya; Gonçalves, Edilma Pereira. 2008. Fenologia reprodutiva e biologia da polinização de Canavalia brasiliensis Mart. ex Benth (Fabaceae).